sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Fechado para Balanço

olá a todos, faltam 4 para chegar ao objectivo. quem sabe do que falo entende.
agora vou fechar para balanço e dar tempo para que leiam os meus poemas todos, vou deixar-vos disfrutar do que está escrito.

Bom ano 2009

até janeiro que logo postarei poemas novos ou trarei noticias fresquinhas.

Rovisco

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mais Motivos - 22 de Dezembro de 2008

Se não escrevo poemas
Sobre astrofísica ou
Física quântica é porque
Disso não percebo.
Não me ponho a adivinhar
O que não sei.

Simples como isso.

Além do mais que haveria
Para escrever sobre essas
Disciplinas da Física?
Que me lembre era matéria
Para pessoas que pensam bem,
Têm visão espacial desenvolvida.
Ninguém como eu está visto,
Nem língua portuguesa estudei,
Não sou formado é certo
Mas até lhe dou uns toques.

Seja o que for,
Escrevo sobre o que sei
E o que pensei.

Está feito…

sábado, 20 de dezembro de 2008

Conhecem o amor? - 20 de Dezembro de 2008

Conhecem o amor?
Queimei-o ali fora.
Sim, queimei-o comigo.
Nada resta dele senão
Um fumo com cheiro diferente.

Ai, ainda ouço aquele gato.
O seu ronronar, será o som
Do seu amor? Da sua maneira
De sentir? É apenas
O seu agrado.

O que será o amor que não o agrado,
Um agrado apenas.

Uma camisola de malha, quentinha.
Ah que conforto que sentimos
Com ela vestida.
Mas é apenas uma camisola de malha
Que se desfia, que perde a cor.

É a vida com amor.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Desabafo - 18 de Dezembro de 2008

Vou por onde me levam,
Fico onde me deixam.
Estou exausto, mas de tal
Maneira exausto que nem
Para pensar tenho forças.

Inteiro-me das discussões,
Das conversas e até das vidas,
Contudo não tenho resposta
A dar ao que ouço.
Não processo a informação,
Apenas processo e assimilo
A melancolia como certa
E definida até ao meu fim.

Queria estar diferente e
Ter jeitos de outrem.
Sou assim, estou assim.
É apenas uma fase que dura,
Que não passa, apoderando-se
De mim a cada instante.


Queria desabafar o que não consigo!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Não sei onde pertenço - 17 de Dezembro de 2008

Não pertenço aqui
Penso de forma diferente
Dos que me rodeiam.
Nem sempre encontro
O meu refúgio
Já não o tenho e excluí-me
Num ápice e não evitei.

Vou definhar até não poder mais.

Vou exorcizar-me por completo
Desta sociedade, desta cidade.
Sou grande demais para isto
Ou é isto que é pequeno demais
Ou é isto ou aquilo.
Nem mais nem menos.

Perdi-me e não me encontro…

Sentimento Constante - 17 de Dezembro de 2008

Amo-te demais.
És a cura para
Os meus problemas,
Mas falhas-me sempre.
Estás longe
Meses a fio.
E eu: eu espero;
Eu não te esqueço,
Não te apago de mim.

Adiei-me, mutilei-a;
A minha alma é claro
Está derrotada e eu nada,
Mesmo nada lúcido
Ou descansado.
Estou até angustiado
Com o tempo, com o turbilhão
De situações vividas.

Sinto-te, posteriormente,
A levitar em torno de outro.

Amo-te, vê se te lembras disso.

Vou ausentar-me do teu
Mundo mais uma vez.
Com isto eliminarei o meu
De novo e vezes sem conta
O farei.

Continuarei a fazê-lo,
Com o tom melancólico
Com que actualmente
Me conheces e pelo qual
Me dás a mão
Uma vez por ano.

Vou findar este poema
Pensar que não te apoderas
Mais de mim.
Apesar de saber que de
Mentira se trata.

Não consigo evitar
Amar-te e lembrar-me
De ti.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Fotógrafo - 16 de Dezembro de 2008

Sempre de máquina fotográfica
Na mão. Vais tirando fotos
Ao que vês e ao que te atrai.

Embalas essas fotos
Com um gesto de carinho,
Gratidão pelo momento
Proporcionado e fotografado.

Fazes apenas isso como
Um desporto qualquer,
Onde te divertes e aprendes
A cada dia novas técnicas.

Apenas te digo que o essencial
Em ti está fotografado
Por outros nas memórias
De cada um.

Sonho - 16 de Dezembro de 2008

Sonhei que me raptavas
E me torturavas mais
Do que me torturas
Sem me raptar.

Durante esse sonho,
Fiquei com uma mão
Cortada e as pernas
Partidas.

Tortura-me à vontade
Desde que estejas comigo!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sente os versos que escreves - 11 de Dezembro de 2008

Sente os versos que escreves.
Sofre-os, se for o caso.
Chora-os, quando tiver que ser.
Mas escreve-os.
Nunca os recuses, aceita-os
Sempre como certos e teus.

Faz-te esse favor
Nunca repudies nada que de ti saia
Pois o que de ti sair
Será sempre teu.

Vedeta de França - 11 de Dezembro de 2008

Ó vedeta de França,
Quem pensas tu que és?!
Segue o teu caminho,
Não faças como eu
Que perdi os anos,
Aqueles que tu sabes
A sua quantidade.

Ó vedeta de França,
Ri-te para não chorar.
Tapa os ouvidos
Enquanto eu falo,
Pois o que vou dizer
Não é o que queres ouvir.

Corre à minha frente
Nem chegues perto de mim.

Maria Bárbara e Seu Piano - 11 de Dezembro de 2008

Agora vamos lá ao início.
Como ela um dia escreveu,
Por engano ou devaneio,
“Apenas suspirando no frio ardente da nostalgia”.
Achei que devia dar-lhe
Esse destaque que merece.

Faço por não a esquecer
Pois no fundo vem sempre comigo.

Maria Bárbara cá estás tu,
Sentada a ler-me
Provavelmente a pensar que
Eu nada tenho mais para escrever.
E tu cheia de vontade de tocar
Nas teclas desse piano,
Queres senti-lo na sua plenitude
Tocar uma sinfonia completa
Com crescendos e diminuendos,
Afrettandos e outros termos italianos,
Palacianos, calmantes como som
Que sai do teu piano.

Ah como eu amo o som do piano,
Tens que tocá-lo para mim.

Fuga de Palavras - 11 de Dezembro de 2008

Ah se me acabassem as palavras,
O que seria de mim, o que seria
Das minhas ideias…

Pensar em teoremas, axiomas.
Entrar em apoteoses constantes,
Viver de momentos expectantes.
Tudo isso são mentiras,
Pedaços de inverdades, onde me deito.
Onde me desleixo a cada hora,
Já nem penteado vou.
Como se isso fosse algo de errado.

Lembra-me daquele tempo,
Aquele em que tinha em mim
Todas as palavras possíveis,
As combinações frásicas.
Sabia, tinha, escrevia
Todavia não sei, não tenho
E o mais estranho, ainda escrevo.
Sem caneta é certo, mas escrevo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sangue da Alma - 9 de Dezembro de 2008

Com calma sangra-me
O corpo e a alma.
Deixando invisíveis
As cicatrizes dessa batalha.

Escorre-me o sangue da alma,
Verto as mais pequenas e ínfimas
Gotas desse liquido vermelho.
Já não sei se é o sangue
Ou se é o tinto que bebi.

Ah, lembrou-me, não bebo vinho
Bebo apenas água.
E como se isso resolvesse tudo
À minha volta, sorri.
E parei de sangrar!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Poema que não escrevi - 7 de Dezembro de 2008

Vinha do banho
Sentei-me na cama
E num transe disse
Dos melhores poemas
De que tenho memória.

Posto isto, saí do transe
E todo o poema esqueci.
Tentei ainda escrevê-lo
Milhentas vezes.
Juro que tentei! Mas,
Já o tinha esquecido,
Já dele não restavam senão
Versos soltos sem sentido algum.

Ah como eu queria ter gravado
Esse poema, como o queria ter
Escrito de uma vez só.
Já não o sei, já o perdi,
Já dele não tenho memória.

Lembro-me apenas que falava,
Que tinha algo ligado ao amor,
Mas tão somente isso me lembro.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Esclarecimento - 6 de Dezembro de 2008

Isto não são desabafos,
Minha gente.
São coisas que me ocorrem,
Poemas que se formam
Na minha cabeça.
Alguns deles são pedaços de
Realidade, amor, ternura.
Porém, outros são ficção,
Da minha cabeça são fruto,
Mas ao mesmo tempo
Têm trejeitos de verdade,
Pingos de realidade
E é claro algum sentimento
Que transpõe o limiar da escrita.

Esclarecidas as partes,
Não me julguem pela parte
Fraca. Sim, fraca! Com que
Escrevo e vejo as coisas.
Factos se levantam na hora de decidir.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Momentos - 3 de Dezembro de 2008

São os cinco anos que resumem
Uma vida, a minha vida,
Desde que é vida.
Senti isso no momento,
Naquele momento de repetições
De conversas infindáveis,
Aquele amor, amor nunca realizado.

Se ao menos tivéssemos deixado,
Para quê evitar o que nos vai na alma.

Ah se pudessem voltar atrás esses momentos.

Paixão - 3 de Dezembro de 2008

Anos do que poderia
Ter sido e não foi.
Constante reflexo
Turvo do espelho partido,
Com vidro martelado
Nos cantos, enfeitado
Com pequenos desenhos,
Adornos para a embelezar.

O pecado que esses anos
Todos os dias, foi carregado
Pelo caminho da paixão ardente,
Mora aqui ou ali, consome tudo.

O esbrasear da libido,
Oh como ficas excitado
Só de imaginar o que
Aconteceria se deixássemos.

Esses corpos deitados no chão,
Corpos bronzeados, esculpidos
Ao detalhe, talhados de sabedoria,
Prontos a percorrer o corpo
Um do outro, com as mãos,
Com a boca.
Ah e se a língua descai de um beijo
Percorre o pescoço, o peito
Como se soubesse mais caminhos
Para o prazer, mas opta por aquele.

Com uma pena percorrem agora
Os corpos deitados de lado,
Arrepiando cada pêlo, provocando
O êxtase constante.

Vendo agora o reflexo do espelho,
Distinguir quem é quem, é agora
Impossível, já se quedaram
Num leito de deleite.

Assumem agora que tudo fizeram,
Nada faltou, foi o culminar
Dessa ardente paixão com tantos anos.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Prenda - 2 de Dezembro de 2008

Comprei-a e vim com ela
Para casa, a tua prenda.
Não a viste? Também não
A mostrei, resolvi guardá-la
Para mim. Mostro-te apenas
No dia dos teus anos.

Ajudaste-me a escolhe-la
E nem percebeste, tão ingénua.

Espero que gostes,
Já não a posso trocar.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Amália - 1 de Dezembro de 2008

Já dizia a D. Amália que
“Quando morrer,
Volto a nascer outra vez!”
E eu sinto-me igual à expressão,
Sem ligação alguma ao seu ser.

Alma sofrida,
Povo rude que a julgou.

Sabem a Amália?!
Essa grande senhora
Que o fado criou!?
Morreu, jaz agora no Panteão
Esquecida pelos demais,
Lembrada pelos amigos e fãs
Como eu que continuo a idolatrá-la.

Venha brincar para a rua,
Apareça nos sonhos de alguém
Faça parte desse imaginário.

Será sempre Amália Rodrigues,
A princesinha do fado encantado.

Engano - 1 de Dezembro de 2008

Começa realmente Dezembro,
Os feriados, a neve, o frio e a chuva.

Mas não é disso que me apetece falar,
Hoje quero falar mais uma vez
Dos que morrem, dos que sofrem
Pois é a eles que minh’alma pertence.

Engano-me a cada dia
Mais que no dia anterior
Sinto que falava enquanto perdia
Aquilo que me provocava dor.

Que ninguém chore a minha vontade
Ninguém se apodere da verdade
De mim nada mais esperem,
Façam de conta que morri.

domingo, 30 de novembro de 2008

hoje vou fugir um bocado à poesia, venho apenas agradecer as coisas boas que dizem sobre os meus versos, gosto quando se chegam ao pé de mim e me dizem que eu escrevi a vossa história.

obrigado a todos os que por alguma razão seguem o "brog" (como eu carinhosamente lhe chamo)

um obrigado também às minhas queridas Angel e Poetry

um obrigado enorme à KATE que me criou o blog e que me fez voltar a escrever intensamente.

ah e obrigado tb, não menos importante às minhas colegas e prof de MACS que no fundo só pareço o "zangado" para criar alguma tensão naquela aula...

beijos e abraços a todos :)

Tempo - 30 de Novembro de 2008

Vou doá-lo,
Entregá-lo a uma instituição
Julguem-me enquanto podem
Pois vou abandoná-lo.

Vou deixar de alimentá-lo,
Deixá-lo morrer
Salvem-no da desgraça
Vou fazê-lo sofrer.

Nada façam para me demover
Já me decidi.
Não o quero mais
Com ele nada posso mais tratar,
Digam-lhe depois, que morri.

Se ao acaso ele duvidar,
Falsifiquem documentos
Criem falsas lápides,
Façam tudo, mas não o deixem
Descobrir-me outra vez.


Se ao menos eu conseguisse
Fazer isto ao tempo que resta!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Abri as portas todas - 24 de Novembro de 2008

Abri as portas todas.
Divisão por divisão,
Procurei-te na casa toda.
Não sei porque não estás.

Perdeste a chave de casa,
Não te lembras da porta.
Quando te lembrares,
Avisa-me da tua chegada.
Tenho que trocar os lençóis,
Aqueles com o teu cheiro
Que não me deixavam ficar só.
Agora que voltas já deles
Não preciso, terei o teu perfume,
Ter-me-ás a mim e ao meu calor.
Terei o teu sabor tu terás o meu.
Dois homens unidos, abraçados.
Cansados de um dia de fachada,
Essa noite será o esquecer do tempo,
O deixar levar, o nosso amor.

domingo, 23 de novembro de 2008

Nu Artistíco - 23 de Novembro de 2008

No meio da sala
Está alguém a quem
Foi negada a sorte.
Foi-lhe dada a vida,
Por descargo de alma.
Ao seu lado está um banco,
Onde ela encosta a cabeça e
O corpo numa pose sensual.
É um nu artístico, desprovido
De sexualidade, amor, ou pudor.
Livre e desocupada, essa mulher
Vê pelo espelho à sua frente o artista
Que a desenha de costas.

Todos os seus traços físicos
Ali desenhados no papel.
Da sua alma, ninguém consegue
Extrair reacção, da sua mente
Não sai a fusão dos pensamentos.
Apenas o físico, o nu, a sexualidade
É ela usada como um objecto.

Deixem de ser assim, deixem de a usar,
É uma mulher, é livre.

Usem o homem e os seus atributos
O corpo dele com o génio dela
É a maior das obras-primas.

Usem-no, abusem do seu corpo nu
Deitado no chão é para isso que ele serve.

sábado, 22 de novembro de 2008

Poeta - 22 de Novembro de 2008

Lá vai o homem da gabardina.
Todo vestido de preto,
Na lonjura da sua alma.
Desce ele a rua, de bengala na mão,
Sempre no mesmo passo, pesado,
Lento, onde não há espaço
Para enganos, esses seriam fatais.

Lá vai ele rua abaixo,
Todo de preto, cabiz baixo
Tez pálida, como se lhe o sentido
Da vida tivesse sido extorquido.
Aboliu a própria alma,
Deixou a vida e entregou-se
Unicamente aos seus versos,
Já não há nada em que pensar,
Apenas escreve sobre o que se lembra.

Coitado daquele homem,
Libertou-se da vontade de viver.
Segue o seu caminho, sozinho
À espera da morte que o namora.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Boneca de Trapos - 21 de Novembro de 2008

Boneca de trapos
Cheia de ambições.
Almejas tu ser melhor,
Mais lavada e arranjada,
Porcelana quem sabe.
Uma coisa pintada à mão,
Algo frágil que se adequa
À tua situação de boneca.
Feita de pano nunca o serás,
Serás robusta com traços largos
Nada do que uma boneca deve ser.

Invejo-te a liberdade de ficar,
Recai sobre ti a minha mais
Doce e terna amizade.
Mas apenas isso não serve
Não chega para gostar de ti.

Fica aí boneca de pano,
Brinca na tua sina,
Sente a liberdade.

Continua ignorante…

Nostalgia - 21 de Novembro de 2008

Sinto-me algo nostálgico.
Está latente em mim
O sentido da vida.
Lateja em mim,
Tal nostalgia que
Nada me permite fazer.
De modo nenhum
Negoceio o que penso
Ou sinto, dali já não espero
Retorno. Contudo o suspense
De um novo dia queima-me
As mãos calejadas, a face marcada.
Sobe a pele o esbrasear desse desejo.

Nada fica, nada resta.
Somente as minhas memórias
E eu…

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Sonho - 19 de Novembro de 2008

Naquela loja da esquina
Cheira a incenso.
Entro a medo, sem em nada
Tocar, não vá estragar.
Volto á minha janela,
De lá vejo o mundo
Fico seguro ali.
Sentado, recostado no cadeirão
Acendo um cigarro, puxo o cinzeiro,
É aqui que vou ficar nas próximas horas.
Vou escrever cigarro após cigarro,
O cheiro entranha-se, corrói-me e
Ao mesmo tempo faz-me levitar.

Lembro-me agora do incenso,
Já deixou de ser baunilhado.
Agora misturado
Com odores mil,
Odores de Abril.
Cheirei-lhe o nome,
No sabor que o vento trouxe.

Vejo do outro lado da rua
Um vulto a olhar-me,
Recosto-me mais na cadeira
Agora na de balouço,
Para que ninguém do exterior
Me veja a fumar ou a escrever.

Desliguei-me do meu ser
E sai de mim alguém.
Por momentos deixo-o viver
Mais tarde terá que morrer
Às mãos do seu génio.
Apodrecerá com o tempo.

Será tudo isto um sonho?
Ou apenas um devaneio do ser?

Necrose - 19 de Novembro de 2008

Tens a pele necrosada
Pelo tempo, pela idade.
Já nada sentes,
Nada vês ou dizes.
Feliz de ti que já viveste
Já jogaste os jogos da vida,
Agora descansas, quase
Em paz, nesse sofá.
Estás à espera que venha.
Continuas aí caída
Definhando. Ruída,
Completamente ardida,
Consumida pela velhice.

Agora nessa sala
Jaz por inteiro
Esse corpo velho,
Findo, adulterado
Pelo tempo. Pronto
A sepultar.

Já se ouvem os sinos
Daquela igreja que
Em tempos frequentaste.
Será paragem antes
Da tua última morada.
Estarás lá na caixa em
Pinho mel deitada no acolchoado
Branco, com as rendas religiosamente
Tecidas e com motivos católicos.

“Foste tudo o que quiseste,
Sem recusar nada”,
Estará escrito na entrada
Do teu jazigo de família,
Nessa aldeia onde nasceste,
Pois lá foi onde te conheceram
Ainda jovem, bonita, com a lucidez
De uma moça de escola.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Cigarros e vinho - 18 de Novembro de 2008

Quero um cigarro
Que me trate
Ao mesmo tempo me mate.
Pode também ser um copinho,
De vinho
Branco, verde, rose ou tinto
Tudo menos absinto.

A queimar um cigarro,
Dentro do carro.
A caminhar
Ou até mesmo a passear,
Vou por aí
Ou por ali,
Sem me preocupar.

Já em relação ao vinho,
Pode bem ser o verdinho
Basta ser fresco…

Vocês - 18 de Novembro de 2008

Das palavras que
Nunca te direi
Estas serão porém
As ultimas que te escrevo.

Fiz de ti estandarte
Da alma que foi dele.

Escrevi o que ele sentiu,
Do que ele viveu nada sei.
O que encontras no meu espólio
É apenas uma fase da vida dele,
E da que foi tua.

São fragmentos dum futuro
mais que realizado.
Um amor acabado,
Finalizado, por vezes julgado
À conta de actos ou pensamentos.

Foste, viveste, amaste.
Apenas ele sentiu
Isso vindo de ti.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Porque choras - 17 de Novembro de 2008

Porque choras, não sei.
Tens outro, disso certeza tenho,
Devias sorrir, viver, ser feliz,
Correr pelos campos.
Sentir o trigo nas mãos e a brisa,
A leve brisa com cheiros campestres,
Florestais, a soprar-te ao ouvido
A contar-te segredos de outrora.
Histórias de reis e pajens,
Daqueles como nós.
Daqueles de quem a história nunca falou.
Poetas, fotógrafos, romancistas, todos
Os que tiveram de fugir ao que era seu
Por serem génios diferentes.
Alguns deles gays, outros drogados,
Muitos até bêbados e outros tantos
Mais que sóbrios. Desses génios,
De outrora, quais ouves falar?!
Devias mesmo ser feliz, perceber
Que vais ser esquecido pelo teu tempo
E correr enquanto podes.

Agora voas sozinho, larguei-te.
E eu voo de olhos fechados,
Sem ti…

sábado, 15 de novembro de 2008

Memórias - 15 de Novembro de 2008

Não entendo porque não falas,
Não sei porque te escondes,
Simplesmente não sei.

Andas às voltas,
Para me evitar.

Perdemos os minutos,
As horas, os dias, as semanas,
Os meses e os anos,
Deixámos fugir o momento,
Mantém-se o amor.
Detém-se a voz, a fala.

De ti já só ouço ou vejo
As memórias,
Os sons da minha cabeça,
O som da tua voz,
As imagens que trago comigo
Sempre, sempre, sempre.

sábado, 8 de novembro de 2008

Arco-Íris - 20 de Outubro de 2008

Escrever versos passa em parte
Por fazer parte de um arco-íris.
Um arco-íris constante
Um pensamento divagante
Um sentimento expectante.

Uma rosa em flor
Um azul de amor
Um amarelo de amizade
Um lilás de calor
Um vermelho de irmandade
Esse verde de fulgor
E o laranja o pobre laranja.

Ser filho desse arco-íris
Nascer do fim
Junto ao pote de ouro,
Ser filho desse arco-íris
É nascer e ser feliz
É ter inspiração
É escrever versos.
Pois não sou poeta,
Apenas escrevo versos!

Vive a Vida - 7 de Agosto de 2008

Vive a vida
Com o sabor a vinho verde
Do copo de onde beberam os dois.

Lembra-te do telefonema
Que soava a volta para o pé de mim.

Da coragem que eu tenho a mais
Para umas coisas não tenho para outras

Estive a centímetros da cara dele
E apenas me limitei a sentir
O leve perfume que ele usa,
Apenas me limitei a tocar-lhe na mão,
A dar-lhe o isqueiro para ele acender o cigarro,
Mas para um beijo não tive coragem,
Não quis ceder ao desejo,
Aquele desejo de o ter…

Nada mais que a verdade merece ser encontrado,
Por duas pessoas que se amam,
Tão ternamente como nós,
A nossa história é esta,
É assim e assim será para sempre…


love of my life

Hoje Vim Sem Cabeça - 20 de Outubro de 2008

Hoje vim sem cabeça
Vi-me e desejei-me para voltar
Saí de mim algumas vezes
Pois fui arrancado do corpo que é meu,
Fui de lá arrancado pelo sentimento de tortura,
Aquele sentimento de solidão
Que nos fractura a alma,
Que nos quebra o ritmo de viver…

Amanhã espero encontrar-me
Menos apático, menos estático
Quero amar-te e desejar-te
Mas, quero amar-me também
Como já não me amo há muito.
É degradante reviver certos pensamentos.

Sinto-me longe de minh’alma!
Sinto-me só…

domingo, 2 de novembro de 2008

Ouves lá Longe - 2 de Novembro de 2008

Ouves lá longe
O som dos carros,
Já não tens noção da distância,
Noção do espaço.
Já não sabes viver.

Ouves lá longe
Aquela voz que te chama.
Chegaste ao fim.

Sei como te sentes
Pois, entendo como tu
Que há momentos na vida
Em que chegamos ao fim.
O fim de um ciclo.

Mas o início de uma nova etapa.

Fumo - 2 de Novembro de 2008

Fumo desse cigarro,
Claro e denso.
É o simples fumo
Que me faz seguir-te
Esse fumo de saudade,
Que inalas e expiras.
O fumo desse cigarro
Que enche a sala,
O quarto. A casa.
Apenas o fumo que sai
De dentro de ti quando falas.
Apenas o fumo desse cigarro
Que fumas, sem me dares a provar.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sandra - 22 de Outubro de 2008

foi nas minhas costas
que escreveste.
fui eu que te preguei
o letreiro na camisola.
e mesmo assim nada,
não conseguimos nada.

pobres deles que
não sabem o que votam.
e pobres de nós que
continuamos à espera.

um dia vou casar com
quem quiser,
seja homem ou mulher.

nunca te esqueças...

Tentativa - 22 de Outubro de 2008

Francisco sai, sai de mim
Sai-me da alma
Sai-me do coração.
Deixa-me viver, deixa-me escrever.
Não queiras ser tu a escrever-me,
Não finjas que sabes escrever.
És um egocêntrico nato
Vives de ti para ti
E apenas em ti.
Finges tão mal, sai-me da cabeça
Não te quero mais sentir
Não quero que a minha mão vá no sentido que queres.
Sai…

Tentativas para que caias em ti
E saias. Tentativas para parares
De escrever por mim.
Apenas tentativas de te excluir.

Egocentrismo - 22 de Outubro de 2008

Tanto egocentrismo que escrevo
Mas não sou assim.
Escrevo apenas por pensamentos de outrem
Ou pensamentos meus.
Não sou egocêntrico,
Nada me gira à volta.
Apenas o meu mundo
E só o meu mundo
E o que nele passeia.

Tanta confusão,
Tanto egocentrismo.
E hoje poderia dizer
Que foi um tal de
Francisco de Aragão que
Me escreveu os versos
E me tomou de assalto a alma.
Poderia fingir que é dele o egocentrismo
Não estaria porém em grande mentira
Pois dele, em mim, existe o expoente
Da sua loucura, do seu egocentrismo!

Além mar - 22 de Outubro de 2008

Além mar sei
Que existes!
Apenas sei,
Não me perguntes porquê.
Sinto-o como se
De um sonho se tratasse.
Além mar sei que esperas
Sei que não vives
Enquanto não chego…
Ou então,
Além mar não existes,
Vives sem mim,
Sonhas sem mim.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Fazes figas - 21 de Outubro de 2008

Fazes figas
Para que não seja verdade,
Foges do que pensas
Tens medo do que vês.

Pensas que acabou
Vês que chegaste ao fim
Mas tens vontade de continuar.
Continua a lutar por uma vida acabada…

Tens medo de mim
Medo que te amem
Medo que de ti tenham pena
Tens apenas medo
Um medo infundado.

Vives com tanta magia - 20 de Outubro de 2008

Vives com tanta magia
Na perfeição de um beijo
Num laivo de sorte
E, com um golpe da morte
Acaba-se essa vida de magia
Essa perfeição do beijo teu.

Seria tão melhor que vivesses
Por mim o que eu não vivo
Que vivesses por mim as coisas boas.

Agora vamos por aí
Caminhando
Paramos para ver o que fugiu
Sentamo-nos para pensar
No que a vida nos deu,
Sabendo que chegou o fim…

Agora apenas vamos por aí
Caminhando lado a lado.
Sem ver o que nos toca,
Somos apenas nós

Vai e volta - 11 de Junho de 2008

Vai e volta
Vai com força
Volta ligeira
É assim a musa!

Vai a andorinha
Voa leve mas profunda,
Ness’alma minha
Que é tão funda!

Ouço o som
E sei!
É o som
Que te dei!

Talvez outrora
Já o tivesse!
Mas na hora
O não quisesse!

Vou cantar para lembrar - 11 de Julho de 2008

Vou cantar para lembrar
Chorar para mostrar
Ver as fotos e pensar
Que não estás em lado nenhum.

Imploro ao demo,
A quem vendi a alma.
Numa noite calma
Que afaste o que temo.

Sonha, ri, sê feliz,
Enquanto podes
Lembrar-te do que fiz,
Enquanto dormes.

Só Tu Vês! - 16 de Maio de 2008

Não deixo que me olhes nos olhos
Não vou deixar mais que isso aconteça,
Pois tu vês coisas que
Mais ninguém vê.

Só tu vês a minha solidão,
Só tu vês o meu desejo,
Só tu vês a minha dor,
Só tu vês…

Foi essa solidão que viste
Essa solidão que é tão real,
Que é tão verdadeira
Solidão que tento esconder.

Hum! Esse desejo,
O desejo pelo ser amado
O ser que não me ama.
Esse desejo que me mata.

E a minha dor, ai
A minha dor, essa dor que
Me mata e morre comigo.
Essa dor de amor!

Que só tu vês!

Só por mim - 29 de Abril de 2008

Quando falas
Sei que é a tua voz.
Pois a tua voz
Não é audível pelos outros,
Só poR mim.

Quando choras,
Sei que são as tuas lágrimas.
Pois as tuas lágrimas
Não são visíveis pelos outros,
Só por mim.

Quando sorris
Sei que é o teu sorriso.
Pois o teu sorriso
Não é visível pelos outros,
Só por mim.

Quando tocas em algo
Sei que não falas de mim,
Sei que não choras por mim,
Sei que não sorris por mim,
Sei também que nada sou para ti!

Já nada sou senão pó,
Pó de outrora,
Pó que o vento levou…

Mas sou esse pó
Que amaste sem dizer
E que fizeste sofrer!

Solidão - 22 de Junho de 2008

Minha doce e eterna
Sem ti o que seria
Deste mundo? Seria
O mundo fora da caverna.

Esse doce sabor
O teu, que me aconchega
É a dor
De um amor que não chega.

És eterna
Tu, ó solidão
Fechas-te numa caverna.
Uma caverna com portão.

Se me embalasses - 30 de Maio de 2008

Se me embalasses
No teu peito
E eu ao adormecer
Nesse leito escutasse
O desejo de me querer
Um desejo perfeito.

SeRia, pois,
O amor dos dois
Unido no coração
Deitados no chão.

Ontem escrevi poesia - 19 de Outubro de 2008

Ontem escrevi poesia.
Pois poesia é forma de arte
Forma de libertação!
Não escrevi um poema,
O termo é Poesia.
Uma poesia sem tema
Se o tivesse seria Poema…

Confuso e distante,
Com todo o desplante
Que a alma pode ter,
A alma de um ser!

Alma pura
Confusa, difusa.
Concreta e abstracta.

Sem dor
Gritei o amor,
Esse amor cheio de fulgor
Esse amor de falso pudor.

E agora vejo
Esse desejo,
Que escrevo
Sem a sorte de um trevo.

R - 7 de Julho de 2008

Podia escrever tudo,
Tudo o que te descreve.
Mas das palavras que conheço
Nenhuma serve.

Podia dizer tudo,
Tudo o que senti.
Sei que não compreendes,
Mas se te olhar nos olhos entendes.

Todo o teu jeito de ser,
A tua doce voz que sai
Dos lábios que nunca beijei
Desses lábios com que sonhei.

O cabelo meu
Que cortei,
Por me lembrar o teu
Que toquei.

Esperei-te,
Respeitei-te.
E tu fugiste
Do que sentiste.

Não sou poeta - 17 de Agosto de 2008

Anjo que levita…


Não sou poeta,
Não sou um poeta como os que escrevem poemas,
Não sou um poeta com os que pintam a poesia,
Não sou poeta como tu.
Não sou Pessoa, nem Bocage, não sou ninguém.
Não sou como tu que pintas com uma poesia tal
Uma poesia sem igual,
És a poeta das tintas, és o anjo que levita
És o anjo poeta que pinta.
Se fosse Bocage
Seria menos poeta que tu
Se fosse Pessoa
Seria ainda menos.
Sou apenas alguém que escreve,
Alguém que queria escrever o que tu pintas,
Alguém que tenta…
Alguém que vê o que pintas,
Alguém que vê o que escreves
Continuarei apenas a ser alguém.
Queria ser Bocage e escrever o que pintas,
Com a graça com que Ele escrevia,
Mas Bocage não sou…
Queria ser o anjo que levita,
Pintar o que o anjo pinta…
Sou um poeta de bolso
Apenas um poeta desta revolução…

Para ti anjo que levita…

Libertação - 6 de Julho de 2008

Esse teu olhaR
De felicidade.
Essa tua voz
De amor.

Que
A minha alma
Não acalma, pois
Não são para mim.

Mas…
Fizeste parte de mim

E…
Já não te amo!

Sou livre por fim
Saíste de mim
Mas deixaste o ódio
Que sinto por ti!

Já nada és para mim

Já nada és para mim,
Já não és o todo de mim,
És apenas uma sombra
Um espectro na bruma.

Meu coração não o quiseste
Minha alma foi tua,
Fui o que quiseste
Uma vida nua.

És o espectro
Que amei
Vai de retro,
Leva o amor que te dei.

Porquê - 29 de Abril de 2008

Porquê?

Porque me fazes sentir assim?
Porque me fazes sofrer assim?
Dá-te prazer?
Porquê?

Tantas perguntas que nunca terão resposta,
Tantos porquês,
Tantas indecisões,
PoRquê?

Perdoa-me - 3 de Julho de 2008

Perdoa-me os erros
Perdoa-me as faltas
Perdoa-me o tudo
Perdoa-me o nada.

Perdoa-me apenas
Perdoa-me as cenas
Perdoa-me os riscos
Perdoa-me a vida.

Perdoa-me agora
Perdoa-me já
Perdoa-me amanhã
Perdoa-me sempRe.

Pois, o perdão
É como o pão
E como o chão
Duro de razão.

Do que fiz
Nada posso
Apagar, apenas
Tu podes perdoar.

Palavras para ninguém - 6 de Julho de 2008

São de ninguém
As palavras que se
Dedicam com desdém
Que só têm sentido se…

Palavras para ninguém
De ninguém
Cheias de sentimento
De alguém.

Ao longe, ouço-as.
Penso que são de ninguém,
E tenho por certo
Que não são para ninguém.

Palavras soltas
Em águas revoltas,
Que nem
A dormir se ouvem.

Fica - 16 de Maio de 2008

Fica,
Fica junto a mim
Para que eu
Te possa adormeceR assim!

Fica,
Fica junto a mim
Para quando
Acordares estarmos assim!

Fica,
Fica aqui
Apenas, porque
Eu também estou aqui!

Fica,
Fica comigo
Nem que seja
Como meu amigo!

Fica,
Fica como nunca ficaste
Apenas fica comigo
Para pensar que não me deixaste!

Faço este pseudo poema corrido - 22 de Janeiro de 2008

Faço este pseudo poema corrido,
Porque é mesmo feito a correR.
Faço-o antes de morrer
Num leito sofrido…

No bloco A5
Vou escrevendo,
O que sinto
Enquanto te vou perdendo!

Aproveito que ainda vejo
E ponho a alma a escrever.
Mas por vezes,
O que a alma escreve eu não vejo!

Tudo isto por uma vida
Que me viu sofrer
Ao ser vivida!

Esta Noite Sonhei - 11 de Abril de 2008

Esta noiTe sonhei,
Sonhei contigo.

Sonhei que te agarravas a mim
E me beijavas,
Beijavas apaixonadamente.

Trocava todos os sonhos da minha vida,
Por momentos de pura realidade.
Momentos esses que não tivessem fim,
Fim esse que não terá o seu início…

Esse Fugaz Desejo - 19 de Outubro de 2008

Esse fugaz desejo
De te ter
De te ver
Um fugaz beijo.

Desejo maroto,
Com cheiro a Botto.

Desejo de poesia
Um beijo da maresia.

Apenas sintam
O que escrevo
E o que pintam
Eu subscrevo.

Aquele recanto
É o acervo
Cheio de encanto
Recanto onde não escrevo.

São versos misturados
De poemas mimados,
Os que faço
Sem nervos de aço.

Choro Miudinho - 22 de Maio de 2008

Quero ouvir um choRo
Um choro como a chuva,
A chuva miudinha
Um choro miudinho.

Um choro miudinho
Como essa chuva que caiu.

Essa chuva miudinha
Era um choro teu,
Uma mágoa perdida
Uma barreira vencida.

Essas lágrimas como
A chuva miudinha
São lágrimas nossas.

Faz tudo parte desse choro,
Um choro miudinho
De dor, de amor, de carinho.
Um choro miudinho…

Às vezes há versos que me prendem - 19 de Outubro de 2008

Às vezes há versos que me prendem
Versos que não me deixam dormir
Versos que não me levam a bom porto
Versos soltos
Versos perdidos
Envoltos em mistérios
Que são o acervo da expectativa
São o prelúdio da minha memória.
São versos de um fado inacabado
São apenas versos que não me deixam sonhar…

Ás vezes são esses versos
Num frenesi da ideia
Num espasmo vibrante
Do que é certo ou errado.
Versos que originam o mais recôndito poema.
Versos escritos no meio de uma psicose.
São poemas franquiados por memórias remotas
Por palavras soltas, por gestos
Ou apenas pelo eros (o amor carnal)
São versos de uma figuração de crisálida.

Às vezes são apenas versos
Que não me deixam dormir…

Be - 7 de Julho de 2008

Deixei-te fugir há muitos anos.
Estávamos tão apaixonados um pelo outro
E sempre negámos tudo o que
Da nossa paixão poderia acontecer.
Porque o fizemos? Valeu a pena?
Ao fim deste tempo todo,
Quando vejo as tuas fotos,
Quando penso em ti,
O meu pensamento voa para longe
Para o pé de ti.
Não o consigo controlar
E posso afirmar
Que foste o meu primeiro
Grande amor, um amor que não esqueço
Um amor em que penso sempre que adormeço.
Nos dias de hoje continuamos a ter coisas
Em comum. Depois daquele dia comecei
A gostar de vinho verde, se calhar por teremos bebido
Do mesmo copo o vinho soube melhor.
Depois o telefonema para ouvir a música
No telefonema onde havia um tom de
"Volta para o pé de mim, fazes-me falta".
Nessa mesma noite sonhei, como tenho sonhado
Desde esse dia em que te disse "esses óculos ficam-te bem"
E tu não me reconheceste.
Sei que o que sinto por ti é amor, um amor diferente
Um amor que dura, um amor que me aquece o coração
Como quando se ouve uma ou outra canção.
És tudo o que eu poderia querer para mim,
Mas a nossa história vai continuar a ser assim.
Um dia mais tarde quem sabe se não volto a correr atrás de ti!
Amo-te eternamente, love of my life.

Amor - 7 de Julho de 2008

Fala-me ao ouvido
E diz que me amas,
Diz-me o que sentes
Diz-me que não mentes.

E, se por acaso mentires
Ou por alguma razão desistires,
Estarei aqui para te perdoar
Ou para te voltar a fazer caminhar.

Amargura - 30 de Maio de 2008

Essa amargura que vês
Essa amargura que lês
Essa amargura que aqui reside
Essa amargura é apenas a pevide.

É a pevide de um sentimento
Um sentimento pior e mais
Profundo, que dura mais
Que um momento!

Se soubesses o que escondem
Estes poemas
Vias que se escrevem
Com penas!

Ao menos nessa amargura
Sempre vês e lês assim
Que um dia terá fim
Esta dor que há algum tempo dura!

Seremos Hoje e Sempre - 22 de Julho de 2008

Seremos hoje e sempre,
O que fomos até agora.
O que sempre sentimos
Que éramos.

Seremos hoje e sempre,
Pessoas iguais
Pessoas que amam
Como todas as outras.

Seremos hoje e sempre,
A imagem da luta
A frente da Marcha
Na caminhada pelos direitos.

Seremos hoje e sempre,
O que fomos e o que sentimos
Pessoas iguais que amam
A luta e a frente da Marcha.

Seremos hoje e sempre,
LGBT e S
Que lutam
Pelos seus direitos!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Questão de Educação - 28 de Abril de 2008

Se julgarmos a homossexualidade uma questão de educação ou uma doença, ficamos parados no tempo retrógrado em que a igreja católica permanece.
Há ainda muita gente que permanece presa nesse tempo, nessa corrente de pensamento. Em toda essa gente que se diz superior, gente essa que não passa de uma farsa, não passam de fantoches de um outro senhor vestido de branco que é o rei das orações e o pseudo descendente de um dos apóstolos. Descendente de um santo…
Esse senhor não passa de um bimbo vestido de branco que vomita postas de pescada e fez um voto de pobreza tornando-se um homem rico de seguida. Mas coitado é apenas mais um na mão do homem, o homem que se destrói a ele próprio, o homem que se inventa a cada segundo. Esse mesmo homem que é contra “as ideias liberais” mas está na linha da frente para usufruir delas. É o primeiro a embarcar mal pode…
Por isso não me venham com filosofias religiosas e ultrapassadas de que é tudo uma questão de educação, está-nos nos genes, estamos predispostos para tal, não somos educados para sermos homossexuais ou para pertencermos ao gang! Os nossos pais não nos ensinam, no meio do “cuidado ao atravessar a estrada” e do “não fales com estranhos” a sermos homossexuais. Não me lembro de a minha mãe me ter dito alguma vez: “quando cresceres quero que sejas homossexual!”
Existem pessoas que dizem que já não sabemos onde começa e acaba o género feminino e masculino, nem sabemos até onde podemos ir contra a natureza.
A identidade do género é algo difícil de definir, é certo, pelo menos acho eu, mas uma coisa tenho como certa. Somos todos pessoas, acima de tudo PESSOAS, e é esse o género que devemos ter como identidade principal.

É por este tipo de pessoas que vejo todos os dias casos de homossexuais que são expulsos de casa. Não há uma educação para os pais, uma educação para aceitar e amar o próximo tal como ele é.

Olá a todos…

Venho ocupar mais um bocadinho do espaço no servidor.
Este blog apenas servirá para dar a conhecer ao mundo alguns dos meus versos que futuramente serão editados num outro formato…

Escrevo sobre algumas experiências, sobre amores, sobre a própria poesia e até sobre amigos…

Bem vou deixar de chatear e passar ao que interessa…
 
Sejam todos bem vindos.