quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Paixão - 3 de Dezembro de 2008

Anos do que poderia
Ter sido e não foi.
Constante reflexo
Turvo do espelho partido,
Com vidro martelado
Nos cantos, enfeitado
Com pequenos desenhos,
Adornos para a embelezar.

O pecado que esses anos
Todos os dias, foi carregado
Pelo caminho da paixão ardente,
Mora aqui ou ali, consome tudo.

O esbrasear da libido,
Oh como ficas excitado
Só de imaginar o que
Aconteceria se deixássemos.

Esses corpos deitados no chão,
Corpos bronzeados, esculpidos
Ao detalhe, talhados de sabedoria,
Prontos a percorrer o corpo
Um do outro, com as mãos,
Com a boca.
Ah e se a língua descai de um beijo
Percorre o pescoço, o peito
Como se soubesse mais caminhos
Para o prazer, mas opta por aquele.

Com uma pena percorrem agora
Os corpos deitados de lado,
Arrepiando cada pêlo, provocando
O êxtase constante.

Vendo agora o reflexo do espelho,
Distinguir quem é quem, é agora
Impossível, já se quedaram
Num leito de deleite.

Assumem agora que tudo fizeram,
Nada faltou, foi o culminar
Dessa ardente paixão com tantos anos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem... Isto foi mesmo compenetrante... Adoro a tua maneira de escrever, ao desenvolveres o assunto e como o acabas!
Parabéns!

Anónimo disse...

esta qualquer coisa de fantástico : )