quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sandra - 22 de Outubro de 2008

foi nas minhas costas
que escreveste.
fui eu que te preguei
o letreiro na camisola.
e mesmo assim nada,
não conseguimos nada.

pobres deles que
não sabem o que votam.
e pobres de nós que
continuamos à espera.

um dia vou casar com
quem quiser,
seja homem ou mulher.

nunca te esqueças...

Tentativa - 22 de Outubro de 2008

Francisco sai, sai de mim
Sai-me da alma
Sai-me do coração.
Deixa-me viver, deixa-me escrever.
Não queiras ser tu a escrever-me,
Não finjas que sabes escrever.
És um egocêntrico nato
Vives de ti para ti
E apenas em ti.
Finges tão mal, sai-me da cabeça
Não te quero mais sentir
Não quero que a minha mão vá no sentido que queres.
Sai…

Tentativas para que caias em ti
E saias. Tentativas para parares
De escrever por mim.
Apenas tentativas de te excluir.

Egocentrismo - 22 de Outubro de 2008

Tanto egocentrismo que escrevo
Mas não sou assim.
Escrevo apenas por pensamentos de outrem
Ou pensamentos meus.
Não sou egocêntrico,
Nada me gira à volta.
Apenas o meu mundo
E só o meu mundo
E o que nele passeia.

Tanta confusão,
Tanto egocentrismo.
E hoje poderia dizer
Que foi um tal de
Francisco de Aragão que
Me escreveu os versos
E me tomou de assalto a alma.
Poderia fingir que é dele o egocentrismo
Não estaria porém em grande mentira
Pois dele, em mim, existe o expoente
Da sua loucura, do seu egocentrismo!

Além mar - 22 de Outubro de 2008

Além mar sei
Que existes!
Apenas sei,
Não me perguntes porquê.
Sinto-o como se
De um sonho se tratasse.
Além mar sei que esperas
Sei que não vives
Enquanto não chego…
Ou então,
Além mar não existes,
Vives sem mim,
Sonhas sem mim.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Fazes figas - 21 de Outubro de 2008

Fazes figas
Para que não seja verdade,
Foges do que pensas
Tens medo do que vês.

Pensas que acabou
Vês que chegaste ao fim
Mas tens vontade de continuar.
Continua a lutar por uma vida acabada…

Tens medo de mim
Medo que te amem
Medo que de ti tenham pena
Tens apenas medo
Um medo infundado.

Vives com tanta magia - 20 de Outubro de 2008

Vives com tanta magia
Na perfeição de um beijo
Num laivo de sorte
E, com um golpe da morte
Acaba-se essa vida de magia
Essa perfeição do beijo teu.

Seria tão melhor que vivesses
Por mim o que eu não vivo
Que vivesses por mim as coisas boas.

Agora vamos por aí
Caminhando
Paramos para ver o que fugiu
Sentamo-nos para pensar
No que a vida nos deu,
Sabendo que chegou o fim…

Agora apenas vamos por aí
Caminhando lado a lado.
Sem ver o que nos toca,
Somos apenas nós

Vai e volta - 11 de Junho de 2008

Vai e volta
Vai com força
Volta ligeira
É assim a musa!

Vai a andorinha
Voa leve mas profunda,
Ness’alma minha
Que é tão funda!

Ouço o som
E sei!
É o som
Que te dei!

Talvez outrora
Já o tivesse!
Mas na hora
O não quisesse!

Vou cantar para lembrar - 11 de Julho de 2008

Vou cantar para lembrar
Chorar para mostrar
Ver as fotos e pensar
Que não estás em lado nenhum.

Imploro ao demo,
A quem vendi a alma.
Numa noite calma
Que afaste o que temo.

Sonha, ri, sê feliz,
Enquanto podes
Lembrar-te do que fiz,
Enquanto dormes.

Só Tu Vês! - 16 de Maio de 2008

Não deixo que me olhes nos olhos
Não vou deixar mais que isso aconteça,
Pois tu vês coisas que
Mais ninguém vê.

Só tu vês a minha solidão,
Só tu vês o meu desejo,
Só tu vês a minha dor,
Só tu vês…

Foi essa solidão que viste
Essa solidão que é tão real,
Que é tão verdadeira
Solidão que tento esconder.

Hum! Esse desejo,
O desejo pelo ser amado
O ser que não me ama.
Esse desejo que me mata.

E a minha dor, ai
A minha dor, essa dor que
Me mata e morre comigo.
Essa dor de amor!

Que só tu vês!

Só por mim - 29 de Abril de 2008

Quando falas
Sei que é a tua voz.
Pois a tua voz
Não é audível pelos outros,
Só poR mim.

Quando choras,
Sei que são as tuas lágrimas.
Pois as tuas lágrimas
Não são visíveis pelos outros,
Só por mim.

Quando sorris
Sei que é o teu sorriso.
Pois o teu sorriso
Não é visível pelos outros,
Só por mim.

Quando tocas em algo
Sei que não falas de mim,
Sei que não choras por mim,
Sei que não sorris por mim,
Sei também que nada sou para ti!

Já nada sou senão pó,
Pó de outrora,
Pó que o vento levou…

Mas sou esse pó
Que amaste sem dizer
E que fizeste sofrer!

Solidão - 22 de Junho de 2008

Minha doce e eterna
Sem ti o que seria
Deste mundo? Seria
O mundo fora da caverna.

Esse doce sabor
O teu, que me aconchega
É a dor
De um amor que não chega.

És eterna
Tu, ó solidão
Fechas-te numa caverna.
Uma caverna com portão.

Se me embalasses - 30 de Maio de 2008

Se me embalasses
No teu peito
E eu ao adormecer
Nesse leito escutasse
O desejo de me querer
Um desejo perfeito.

SeRia, pois,
O amor dos dois
Unido no coração
Deitados no chão.

Ontem escrevi poesia - 19 de Outubro de 2008

Ontem escrevi poesia.
Pois poesia é forma de arte
Forma de libertação!
Não escrevi um poema,
O termo é Poesia.
Uma poesia sem tema
Se o tivesse seria Poema…

Confuso e distante,
Com todo o desplante
Que a alma pode ter,
A alma de um ser!

Alma pura
Confusa, difusa.
Concreta e abstracta.

Sem dor
Gritei o amor,
Esse amor cheio de fulgor
Esse amor de falso pudor.

E agora vejo
Esse desejo,
Que escrevo
Sem a sorte de um trevo.

R - 7 de Julho de 2008

Podia escrever tudo,
Tudo o que te descreve.
Mas das palavras que conheço
Nenhuma serve.

Podia dizer tudo,
Tudo o que senti.
Sei que não compreendes,
Mas se te olhar nos olhos entendes.

Todo o teu jeito de ser,
A tua doce voz que sai
Dos lábios que nunca beijei
Desses lábios com que sonhei.

O cabelo meu
Que cortei,
Por me lembrar o teu
Que toquei.

Esperei-te,
Respeitei-te.
E tu fugiste
Do que sentiste.

Não sou poeta - 17 de Agosto de 2008

Anjo que levita…


Não sou poeta,
Não sou um poeta como os que escrevem poemas,
Não sou um poeta com os que pintam a poesia,
Não sou poeta como tu.
Não sou Pessoa, nem Bocage, não sou ninguém.
Não sou como tu que pintas com uma poesia tal
Uma poesia sem igual,
És a poeta das tintas, és o anjo que levita
És o anjo poeta que pinta.
Se fosse Bocage
Seria menos poeta que tu
Se fosse Pessoa
Seria ainda menos.
Sou apenas alguém que escreve,
Alguém que queria escrever o que tu pintas,
Alguém que tenta…
Alguém que vê o que pintas,
Alguém que vê o que escreves
Continuarei apenas a ser alguém.
Queria ser Bocage e escrever o que pintas,
Com a graça com que Ele escrevia,
Mas Bocage não sou…
Queria ser o anjo que levita,
Pintar o que o anjo pinta…
Sou um poeta de bolso
Apenas um poeta desta revolução…

Para ti anjo que levita…

Libertação - 6 de Julho de 2008

Esse teu olhaR
De felicidade.
Essa tua voz
De amor.

Que
A minha alma
Não acalma, pois
Não são para mim.

Mas…
Fizeste parte de mim

E…
Já não te amo!

Sou livre por fim
Saíste de mim
Mas deixaste o ódio
Que sinto por ti!

Já nada és para mim

Já nada és para mim,
Já não és o todo de mim,
És apenas uma sombra
Um espectro na bruma.

Meu coração não o quiseste
Minha alma foi tua,
Fui o que quiseste
Uma vida nua.

És o espectro
Que amei
Vai de retro,
Leva o amor que te dei.

Porquê - 29 de Abril de 2008

Porquê?

Porque me fazes sentir assim?
Porque me fazes sofrer assim?
Dá-te prazer?
Porquê?

Tantas perguntas que nunca terão resposta,
Tantos porquês,
Tantas indecisões,
PoRquê?

Perdoa-me - 3 de Julho de 2008

Perdoa-me os erros
Perdoa-me as faltas
Perdoa-me o tudo
Perdoa-me o nada.

Perdoa-me apenas
Perdoa-me as cenas
Perdoa-me os riscos
Perdoa-me a vida.

Perdoa-me agora
Perdoa-me já
Perdoa-me amanhã
Perdoa-me sempRe.

Pois, o perdão
É como o pão
E como o chão
Duro de razão.

Do que fiz
Nada posso
Apagar, apenas
Tu podes perdoar.

Palavras para ninguém - 6 de Julho de 2008

São de ninguém
As palavras que se
Dedicam com desdém
Que só têm sentido se…

Palavras para ninguém
De ninguém
Cheias de sentimento
De alguém.

Ao longe, ouço-as.
Penso que são de ninguém,
E tenho por certo
Que não são para ninguém.

Palavras soltas
Em águas revoltas,
Que nem
A dormir se ouvem.

Fica - 16 de Maio de 2008

Fica,
Fica junto a mim
Para que eu
Te possa adormeceR assim!

Fica,
Fica junto a mim
Para quando
Acordares estarmos assim!

Fica,
Fica aqui
Apenas, porque
Eu também estou aqui!

Fica,
Fica comigo
Nem que seja
Como meu amigo!

Fica,
Fica como nunca ficaste
Apenas fica comigo
Para pensar que não me deixaste!

Faço este pseudo poema corrido - 22 de Janeiro de 2008

Faço este pseudo poema corrido,
Porque é mesmo feito a correR.
Faço-o antes de morrer
Num leito sofrido…

No bloco A5
Vou escrevendo,
O que sinto
Enquanto te vou perdendo!

Aproveito que ainda vejo
E ponho a alma a escrever.
Mas por vezes,
O que a alma escreve eu não vejo!

Tudo isto por uma vida
Que me viu sofrer
Ao ser vivida!

Esta Noite Sonhei - 11 de Abril de 2008

Esta noiTe sonhei,
Sonhei contigo.

Sonhei que te agarravas a mim
E me beijavas,
Beijavas apaixonadamente.

Trocava todos os sonhos da minha vida,
Por momentos de pura realidade.
Momentos esses que não tivessem fim,
Fim esse que não terá o seu início…

Esse Fugaz Desejo - 19 de Outubro de 2008

Esse fugaz desejo
De te ter
De te ver
Um fugaz beijo.

Desejo maroto,
Com cheiro a Botto.

Desejo de poesia
Um beijo da maresia.

Apenas sintam
O que escrevo
E o que pintam
Eu subscrevo.

Aquele recanto
É o acervo
Cheio de encanto
Recanto onde não escrevo.

São versos misturados
De poemas mimados,
Os que faço
Sem nervos de aço.

Choro Miudinho - 22 de Maio de 2008

Quero ouvir um choRo
Um choro como a chuva,
A chuva miudinha
Um choro miudinho.

Um choro miudinho
Como essa chuva que caiu.

Essa chuva miudinha
Era um choro teu,
Uma mágoa perdida
Uma barreira vencida.

Essas lágrimas como
A chuva miudinha
São lágrimas nossas.

Faz tudo parte desse choro,
Um choro miudinho
De dor, de amor, de carinho.
Um choro miudinho…

Às vezes há versos que me prendem - 19 de Outubro de 2008

Às vezes há versos que me prendem
Versos que não me deixam dormir
Versos que não me levam a bom porto
Versos soltos
Versos perdidos
Envoltos em mistérios
Que são o acervo da expectativa
São o prelúdio da minha memória.
São versos de um fado inacabado
São apenas versos que não me deixam sonhar…

Ás vezes são esses versos
Num frenesi da ideia
Num espasmo vibrante
Do que é certo ou errado.
Versos que originam o mais recôndito poema.
Versos escritos no meio de uma psicose.
São poemas franquiados por memórias remotas
Por palavras soltas, por gestos
Ou apenas pelo eros (o amor carnal)
São versos de uma figuração de crisálida.

Às vezes são apenas versos
Que não me deixam dormir…

Be - 7 de Julho de 2008

Deixei-te fugir há muitos anos.
Estávamos tão apaixonados um pelo outro
E sempre negámos tudo o que
Da nossa paixão poderia acontecer.
Porque o fizemos? Valeu a pena?
Ao fim deste tempo todo,
Quando vejo as tuas fotos,
Quando penso em ti,
O meu pensamento voa para longe
Para o pé de ti.
Não o consigo controlar
E posso afirmar
Que foste o meu primeiro
Grande amor, um amor que não esqueço
Um amor em que penso sempre que adormeço.
Nos dias de hoje continuamos a ter coisas
Em comum. Depois daquele dia comecei
A gostar de vinho verde, se calhar por teremos bebido
Do mesmo copo o vinho soube melhor.
Depois o telefonema para ouvir a música
No telefonema onde havia um tom de
"Volta para o pé de mim, fazes-me falta".
Nessa mesma noite sonhei, como tenho sonhado
Desde esse dia em que te disse "esses óculos ficam-te bem"
E tu não me reconheceste.
Sei que o que sinto por ti é amor, um amor diferente
Um amor que dura, um amor que me aquece o coração
Como quando se ouve uma ou outra canção.
És tudo o que eu poderia querer para mim,
Mas a nossa história vai continuar a ser assim.
Um dia mais tarde quem sabe se não volto a correr atrás de ti!
Amo-te eternamente, love of my life.

Amor - 7 de Julho de 2008

Fala-me ao ouvido
E diz que me amas,
Diz-me o que sentes
Diz-me que não mentes.

E, se por acaso mentires
Ou por alguma razão desistires,
Estarei aqui para te perdoar
Ou para te voltar a fazer caminhar.

Amargura - 30 de Maio de 2008

Essa amargura que vês
Essa amargura que lês
Essa amargura que aqui reside
Essa amargura é apenas a pevide.

É a pevide de um sentimento
Um sentimento pior e mais
Profundo, que dura mais
Que um momento!

Se soubesses o que escondem
Estes poemas
Vias que se escrevem
Com penas!

Ao menos nessa amargura
Sempre vês e lês assim
Que um dia terá fim
Esta dor que há algum tempo dura!

Seremos Hoje e Sempre - 22 de Julho de 2008

Seremos hoje e sempre,
O que fomos até agora.
O que sempre sentimos
Que éramos.

Seremos hoje e sempre,
Pessoas iguais
Pessoas que amam
Como todas as outras.

Seremos hoje e sempre,
A imagem da luta
A frente da Marcha
Na caminhada pelos direitos.

Seremos hoje e sempre,
O que fomos e o que sentimos
Pessoas iguais que amam
A luta e a frente da Marcha.

Seremos hoje e sempre,
LGBT e S
Que lutam
Pelos seus direitos!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Questão de Educação - 28 de Abril de 2008

Se julgarmos a homossexualidade uma questão de educação ou uma doença, ficamos parados no tempo retrógrado em que a igreja católica permanece.
Há ainda muita gente que permanece presa nesse tempo, nessa corrente de pensamento. Em toda essa gente que se diz superior, gente essa que não passa de uma farsa, não passam de fantoches de um outro senhor vestido de branco que é o rei das orações e o pseudo descendente de um dos apóstolos. Descendente de um santo…
Esse senhor não passa de um bimbo vestido de branco que vomita postas de pescada e fez um voto de pobreza tornando-se um homem rico de seguida. Mas coitado é apenas mais um na mão do homem, o homem que se destrói a ele próprio, o homem que se inventa a cada segundo. Esse mesmo homem que é contra “as ideias liberais” mas está na linha da frente para usufruir delas. É o primeiro a embarcar mal pode…
Por isso não me venham com filosofias religiosas e ultrapassadas de que é tudo uma questão de educação, está-nos nos genes, estamos predispostos para tal, não somos educados para sermos homossexuais ou para pertencermos ao gang! Os nossos pais não nos ensinam, no meio do “cuidado ao atravessar a estrada” e do “não fales com estranhos” a sermos homossexuais. Não me lembro de a minha mãe me ter dito alguma vez: “quando cresceres quero que sejas homossexual!”
Existem pessoas que dizem que já não sabemos onde começa e acaba o género feminino e masculino, nem sabemos até onde podemos ir contra a natureza.
A identidade do género é algo difícil de definir, é certo, pelo menos acho eu, mas uma coisa tenho como certa. Somos todos pessoas, acima de tudo PESSOAS, e é esse o género que devemos ter como identidade principal.

É por este tipo de pessoas que vejo todos os dias casos de homossexuais que são expulsos de casa. Não há uma educação para os pais, uma educação para aceitar e amar o próximo tal como ele é.

Olá a todos…

Venho ocupar mais um bocadinho do espaço no servidor.
Este blog apenas servirá para dar a conhecer ao mundo alguns dos meus versos que futuramente serão editados num outro formato…

Escrevo sobre algumas experiências, sobre amores, sobre a própria poesia e até sobre amigos…

Bem vou deixar de chatear e passar ao que interessa…
 
Sejam todos bem vindos.