No meio da sala
Está alguém a quem
Foi negada a sorte.
Foi-lhe dada a vida,
Por descargo de alma.
Ao seu lado está um banco,
Onde ela encosta a cabeça e
O corpo numa pose sensual.
É um nu artístico, desprovido
De sexualidade, amor, ou pudor.
Livre e desocupada, essa mulher
Vê pelo espelho à sua frente o artista
Que a desenha de costas.
Todos os seus traços físicos
Ali desenhados no papel.
Da sua alma, ninguém consegue
Extrair reacção, da sua mente
Não sai a fusão dos pensamentos.
Apenas o físico, o nu, a sexualidade
É ela usada como um objecto.
Deixem de ser assim, deixem de a usar,
É uma mulher, é livre.
Usem o homem e os seus atributos
O corpo dele com o génio dela
É a maior das obras-primas.
Usem-no, abusem do seu corpo nu
Deitado no chão é para isso que ele serve.
domingo, 23 de novembro de 2008
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