sábado, 22 de novembro de 2008

Poeta - 22 de Novembro de 2008

Lá vai o homem da gabardina.
Todo vestido de preto,
Na lonjura da sua alma.
Desce ele a rua, de bengala na mão,
Sempre no mesmo passo, pesado,
Lento, onde não há espaço
Para enganos, esses seriam fatais.

Lá vai ele rua abaixo,
Todo de preto, cabiz baixo
Tez pálida, como se lhe o sentido
Da vida tivesse sido extorquido.
Aboliu a própria alma,
Deixou a vida e entregou-se
Unicamente aos seus versos,
Já não há nada em que pensar,
Apenas escreve sobre o que se lembra.

Coitado daquele homem,
Libertou-se da vontade de viver.
Segue o seu caminho, sozinho
À espera da morte que o namora.

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito «negro», o ambiente deste poema.
Mas igualmente simples e desconcertante.
Moço, eu amo os teus trabalhos!..
:O

Anónimo disse...

Fofura, a minha avó usava bengala, mas não era um homem, portanto o poema não era dedicado a ela, bolas xD

Anyway, nice writing. And yes, I'm commenting in english, maybe this fuckin' thing will agree to publish my comments if I do so.

You know you love me,
XOXO
Gossip Girl xD