sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Fechado para Balanço

olá a todos, faltam 4 para chegar ao objectivo. quem sabe do que falo entende.
agora vou fechar para balanço e dar tempo para que leiam os meus poemas todos, vou deixar-vos disfrutar do que está escrito.

Bom ano 2009

até janeiro que logo postarei poemas novos ou trarei noticias fresquinhas.

Rovisco

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mais Motivos - 22 de Dezembro de 2008

Se não escrevo poemas
Sobre astrofísica ou
Física quântica é porque
Disso não percebo.
Não me ponho a adivinhar
O que não sei.

Simples como isso.

Além do mais que haveria
Para escrever sobre essas
Disciplinas da Física?
Que me lembre era matéria
Para pessoas que pensam bem,
Têm visão espacial desenvolvida.
Ninguém como eu está visto,
Nem língua portuguesa estudei,
Não sou formado é certo
Mas até lhe dou uns toques.

Seja o que for,
Escrevo sobre o que sei
E o que pensei.

Está feito…

sábado, 20 de dezembro de 2008

Conhecem o amor? - 20 de Dezembro de 2008

Conhecem o amor?
Queimei-o ali fora.
Sim, queimei-o comigo.
Nada resta dele senão
Um fumo com cheiro diferente.

Ai, ainda ouço aquele gato.
O seu ronronar, será o som
Do seu amor? Da sua maneira
De sentir? É apenas
O seu agrado.

O que será o amor que não o agrado,
Um agrado apenas.

Uma camisola de malha, quentinha.
Ah que conforto que sentimos
Com ela vestida.
Mas é apenas uma camisola de malha
Que se desfia, que perde a cor.

É a vida com amor.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Desabafo - 18 de Dezembro de 2008

Vou por onde me levam,
Fico onde me deixam.
Estou exausto, mas de tal
Maneira exausto que nem
Para pensar tenho forças.

Inteiro-me das discussões,
Das conversas e até das vidas,
Contudo não tenho resposta
A dar ao que ouço.
Não processo a informação,
Apenas processo e assimilo
A melancolia como certa
E definida até ao meu fim.

Queria estar diferente e
Ter jeitos de outrem.
Sou assim, estou assim.
É apenas uma fase que dura,
Que não passa, apoderando-se
De mim a cada instante.


Queria desabafar o que não consigo!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Não sei onde pertenço - 17 de Dezembro de 2008

Não pertenço aqui
Penso de forma diferente
Dos que me rodeiam.
Nem sempre encontro
O meu refúgio
Já não o tenho e excluí-me
Num ápice e não evitei.

Vou definhar até não poder mais.

Vou exorcizar-me por completo
Desta sociedade, desta cidade.
Sou grande demais para isto
Ou é isto que é pequeno demais
Ou é isto ou aquilo.
Nem mais nem menos.

Perdi-me e não me encontro…

Sentimento Constante - 17 de Dezembro de 2008

Amo-te demais.
És a cura para
Os meus problemas,
Mas falhas-me sempre.
Estás longe
Meses a fio.
E eu: eu espero;
Eu não te esqueço,
Não te apago de mim.

Adiei-me, mutilei-a;
A minha alma é claro
Está derrotada e eu nada,
Mesmo nada lúcido
Ou descansado.
Estou até angustiado
Com o tempo, com o turbilhão
De situações vividas.

Sinto-te, posteriormente,
A levitar em torno de outro.

Amo-te, vê se te lembras disso.

Vou ausentar-me do teu
Mundo mais uma vez.
Com isto eliminarei o meu
De novo e vezes sem conta
O farei.

Continuarei a fazê-lo,
Com o tom melancólico
Com que actualmente
Me conheces e pelo qual
Me dás a mão
Uma vez por ano.

Vou findar este poema
Pensar que não te apoderas
Mais de mim.
Apesar de saber que de
Mentira se trata.

Não consigo evitar
Amar-te e lembrar-me
De ti.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Fotógrafo - 16 de Dezembro de 2008

Sempre de máquina fotográfica
Na mão. Vais tirando fotos
Ao que vês e ao que te atrai.

Embalas essas fotos
Com um gesto de carinho,
Gratidão pelo momento
Proporcionado e fotografado.

Fazes apenas isso como
Um desporto qualquer,
Onde te divertes e aprendes
A cada dia novas técnicas.

Apenas te digo que o essencial
Em ti está fotografado
Por outros nas memórias
De cada um.

Sonho - 16 de Dezembro de 2008

Sonhei que me raptavas
E me torturavas mais
Do que me torturas
Sem me raptar.

Durante esse sonho,
Fiquei com uma mão
Cortada e as pernas
Partidas.

Tortura-me à vontade
Desde que estejas comigo!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sente os versos que escreves - 11 de Dezembro de 2008

Sente os versos que escreves.
Sofre-os, se for o caso.
Chora-os, quando tiver que ser.
Mas escreve-os.
Nunca os recuses, aceita-os
Sempre como certos e teus.

Faz-te esse favor
Nunca repudies nada que de ti saia
Pois o que de ti sair
Será sempre teu.

Vedeta de França - 11 de Dezembro de 2008

Ó vedeta de França,
Quem pensas tu que és?!
Segue o teu caminho,
Não faças como eu
Que perdi os anos,
Aqueles que tu sabes
A sua quantidade.

Ó vedeta de França,
Ri-te para não chorar.
Tapa os ouvidos
Enquanto eu falo,
Pois o que vou dizer
Não é o que queres ouvir.

Corre à minha frente
Nem chegues perto de mim.

Maria Bárbara e Seu Piano - 11 de Dezembro de 2008

Agora vamos lá ao início.
Como ela um dia escreveu,
Por engano ou devaneio,
“Apenas suspirando no frio ardente da nostalgia”.
Achei que devia dar-lhe
Esse destaque que merece.

Faço por não a esquecer
Pois no fundo vem sempre comigo.

Maria Bárbara cá estás tu,
Sentada a ler-me
Provavelmente a pensar que
Eu nada tenho mais para escrever.
E tu cheia de vontade de tocar
Nas teclas desse piano,
Queres senti-lo na sua plenitude
Tocar uma sinfonia completa
Com crescendos e diminuendos,
Afrettandos e outros termos italianos,
Palacianos, calmantes como som
Que sai do teu piano.

Ah como eu amo o som do piano,
Tens que tocá-lo para mim.

Fuga de Palavras - 11 de Dezembro de 2008

Ah se me acabassem as palavras,
O que seria de mim, o que seria
Das minhas ideias…

Pensar em teoremas, axiomas.
Entrar em apoteoses constantes,
Viver de momentos expectantes.
Tudo isso são mentiras,
Pedaços de inverdades, onde me deito.
Onde me desleixo a cada hora,
Já nem penteado vou.
Como se isso fosse algo de errado.

Lembra-me daquele tempo,
Aquele em que tinha em mim
Todas as palavras possíveis,
As combinações frásicas.
Sabia, tinha, escrevia
Todavia não sei, não tenho
E o mais estranho, ainda escrevo.
Sem caneta é certo, mas escrevo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sangue da Alma - 9 de Dezembro de 2008

Com calma sangra-me
O corpo e a alma.
Deixando invisíveis
As cicatrizes dessa batalha.

Escorre-me o sangue da alma,
Verto as mais pequenas e ínfimas
Gotas desse liquido vermelho.
Já não sei se é o sangue
Ou se é o tinto que bebi.

Ah, lembrou-me, não bebo vinho
Bebo apenas água.
E como se isso resolvesse tudo
À minha volta, sorri.
E parei de sangrar!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Poema que não escrevi - 7 de Dezembro de 2008

Vinha do banho
Sentei-me na cama
E num transe disse
Dos melhores poemas
De que tenho memória.

Posto isto, saí do transe
E todo o poema esqueci.
Tentei ainda escrevê-lo
Milhentas vezes.
Juro que tentei! Mas,
Já o tinha esquecido,
Já dele não restavam senão
Versos soltos sem sentido algum.

Ah como eu queria ter gravado
Esse poema, como o queria ter
Escrito de uma vez só.
Já não o sei, já o perdi,
Já dele não tenho memória.

Lembro-me apenas que falava,
Que tinha algo ligado ao amor,
Mas tão somente isso me lembro.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Esclarecimento - 6 de Dezembro de 2008

Isto não são desabafos,
Minha gente.
São coisas que me ocorrem,
Poemas que se formam
Na minha cabeça.
Alguns deles são pedaços de
Realidade, amor, ternura.
Porém, outros são ficção,
Da minha cabeça são fruto,
Mas ao mesmo tempo
Têm trejeitos de verdade,
Pingos de realidade
E é claro algum sentimento
Que transpõe o limiar da escrita.

Esclarecidas as partes,
Não me julguem pela parte
Fraca. Sim, fraca! Com que
Escrevo e vejo as coisas.
Factos se levantam na hora de decidir.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Momentos - 3 de Dezembro de 2008

São os cinco anos que resumem
Uma vida, a minha vida,
Desde que é vida.
Senti isso no momento,
Naquele momento de repetições
De conversas infindáveis,
Aquele amor, amor nunca realizado.

Se ao menos tivéssemos deixado,
Para quê evitar o que nos vai na alma.

Ah se pudessem voltar atrás esses momentos.

Paixão - 3 de Dezembro de 2008

Anos do que poderia
Ter sido e não foi.
Constante reflexo
Turvo do espelho partido,
Com vidro martelado
Nos cantos, enfeitado
Com pequenos desenhos,
Adornos para a embelezar.

O pecado que esses anos
Todos os dias, foi carregado
Pelo caminho da paixão ardente,
Mora aqui ou ali, consome tudo.

O esbrasear da libido,
Oh como ficas excitado
Só de imaginar o que
Aconteceria se deixássemos.

Esses corpos deitados no chão,
Corpos bronzeados, esculpidos
Ao detalhe, talhados de sabedoria,
Prontos a percorrer o corpo
Um do outro, com as mãos,
Com a boca.
Ah e se a língua descai de um beijo
Percorre o pescoço, o peito
Como se soubesse mais caminhos
Para o prazer, mas opta por aquele.

Com uma pena percorrem agora
Os corpos deitados de lado,
Arrepiando cada pêlo, provocando
O êxtase constante.

Vendo agora o reflexo do espelho,
Distinguir quem é quem, é agora
Impossível, já se quedaram
Num leito de deleite.

Assumem agora que tudo fizeram,
Nada faltou, foi o culminar
Dessa ardente paixão com tantos anos.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Prenda - 2 de Dezembro de 2008

Comprei-a e vim com ela
Para casa, a tua prenda.
Não a viste? Também não
A mostrei, resolvi guardá-la
Para mim. Mostro-te apenas
No dia dos teus anos.

Ajudaste-me a escolhe-la
E nem percebeste, tão ingénua.

Espero que gostes,
Já não a posso trocar.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Amália - 1 de Dezembro de 2008

Já dizia a D. Amália que
“Quando morrer,
Volto a nascer outra vez!”
E eu sinto-me igual à expressão,
Sem ligação alguma ao seu ser.

Alma sofrida,
Povo rude que a julgou.

Sabem a Amália?!
Essa grande senhora
Que o fado criou!?
Morreu, jaz agora no Panteão
Esquecida pelos demais,
Lembrada pelos amigos e fãs
Como eu que continuo a idolatrá-la.

Venha brincar para a rua,
Apareça nos sonhos de alguém
Faça parte desse imaginário.

Será sempre Amália Rodrigues,
A princesinha do fado encantado.

Engano - 1 de Dezembro de 2008

Começa realmente Dezembro,
Os feriados, a neve, o frio e a chuva.

Mas não é disso que me apetece falar,
Hoje quero falar mais uma vez
Dos que morrem, dos que sofrem
Pois é a eles que minh’alma pertence.

Engano-me a cada dia
Mais que no dia anterior
Sinto que falava enquanto perdia
Aquilo que me provocava dor.

Que ninguém chore a minha vontade
Ninguém se apodere da verdade
De mim nada mais esperem,
Façam de conta que morri.